Lisbon Eco Marathon é um desafio que começa em Monsanto de dia e acaba à noite no Marquês de Pombal, no dia 6 de Julho de 2013.
Deixo-vos aqui alguma da história sobre o parque:
A Serra de Monsanto é habitada desde tempos pré-históricos. Esse facto é comprovado pelas numerosas descobertas arqueológicas efectuadas na sua área, destacando-se as estações de Montes Claros e de Vila Pouca. A floresta original terá começado a ser destruída, no momento em que a cidade de Lisboa iniciou o seu desenvolvimento. A partir do período de dominação romana, por força do aumento das necessidades de abastecimento de lenhas e produtos agrícolas, a floresta deu lugar a campos cerealíferos, pastagens e pedreiras.
No século XVIII, a Serra de Monsanto foi atravessada por uma imponente construção - o Aqueduto das Águas Livres - que abasteceria Lisboa com a água proveniente de Belas. Também nesta época, a zona norte da Serra assistiu à construção de numerosas quintas de recreio da aristocracia lisboeta. A Quinta dos Marqueses de Fronteira, embora anterior, é neste período ampliada, tornando-se numa das mais luxuosas da região de Lisboa. Destaca-se, igualmente, a Quinta de Gerard Devisme, um rico comerciante estrangeiro, que, na sua propriedade de S. Domingos de Benfica, aclimatou numerosas plantas e animais exóticos, criando um magnífico jardim (actual Quinta da Infanta).
Na segunda metade do Século XIX, foram construídas na Serra de Monsanto, devido à sua importância geo-estratégica, algumas estruturas militares incluídas no Campo Entrincheirado de Lisboa, o sistema de defesa da capital: O Forte de Monsanto, actual estabelecimento Prisional de Monsanto, o Forte do Alto do Duque, o reduto de Montes Claros e as Lunetas, protegiam a Capital de possíveis ataques inimigos.
A primeira referência à ideia de arborizar a Serra de Monsanto surgiu em 1868, num relatório acerca da arborização geral do País, da autoria de Carlos Ribeiro e Nery Delgado:
"…podemos lembrar a V. as imediações de Lisboa, toda a Serra do Monsanto que muito conviria arborizar, para mais tarde abastecer a Capital de lenhas e madeiras, amenizando ao mesmo tempo a aridez que nota o viajante quando entra no Tejo vendo num e noutro lado montanhas escalvadas..." , "... os verdes maciços de arvoredo que dariam à Cidade um aspecto mais risonho e modificariam favoravelmente o clima, contribuindo eficazmente para a salubridade pública".
Mais tarde, em 1926 e 1927, as propostas de ordenamento apresentadas respectivamente por Forestier e Mac-Bride consideravam a arborização e a instalação de recintos para jogos e desportos, assim como equipamentos de lazer com lagos, miradouros e zonas de estadia, no sector Noroeste da Serra de Monsanto.
Seria no entanto necessária a forte vontade política do Estado Novo, bem definida no Engº. Duarte Pacheco (Ministro da Obras Públicas em 1932 e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa em 1938), para que o Parque Florestal se tornasse uma realidade.
O Parque, então designado por Parque Florestal (Ocidental) da Cidade, constituía o envolvimento do troço final da Auto-Estrada Estádio Nacional - Lisboa. Destinado a "pulmão verde" da Cidade e zona de lazer da população, contrapunha-se ao Vale do Jamor (florestado no mesmo período), mas onde se inseria numeroso equipamento desportivo.
Definido o ordenamento da Cidade de Lisboa através do plano GROER, foi executado um projecto para o Parque Florestal da Cidade da autoria do Arquitecto Keil do Amaral, projecto esse iniciado nos anos 40, mas que não viria a ser completamente implementado.
Os espaços deixados livres para o equipamento e infra-estruturas projectadas acabaram por vir a ser ocupados por instalações da Força Aérea Portuguesa e outras instituições, inviabilizando definitivamente o projecto inicial do Parque.
Legalmente criado por um Decreto-Lei em 1936 (1), o Parque foi sujeito ao Regime Florestal Total em 1938 (2), data a partir da qual se processou um regime acelerado de expropriações (e apropriações) dos terrenos, e, acto contínuo, a florestação e instalação do equipamento projectado.
Inicialmente, o Parque era quase totalmente desprovido de arvoredo, excepção feita para as escassas oliveiras distribuídas essencialmente ao longo das antigas estradas e azinhagas, pois apenas as quintas da zona de Benfica (Fonte, Alfarrobeira, dos Marqueses de Fronteira e a actual Mata de S. Domingos de Benfica) e a Tapada da Ajuda tinham algum arvoredo com expressão.
A Serra de Monsanto apresentava no fim da década de trinta, um aspecto muito diferente do actual, marcada pelos terrenos incultos polvilhados por numerosos moinhos de vento e numerosas pedreiras.
A reflorestação da Serra de Monsanto foi da responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa. Foi um processo longo e penoso, a que não foram alheios a pouca diversidade das plantas existentes nos viveiros da época, assim como a pobreza dos solos.
A instalação do Parque Florestal de Monsanto nunca foi, porém, isenta de problemas. Os limites do Parque, embora definidos no Plano GROER, não chegaram a ser legalmente estabelecidos, o que possibilitou que diversas áreas, entretanto já expropriadas para o Parque, fossem urbanizadas pela própria Câmara Municipal (caso dos Bairros do Caramão da Ajuda, da Boavista e ampliação de Caselas).
Ao mesmo tempo, diversos terrenos privados encravados no Parque nunca chegariam a ser expropriados (caso das Quintas de St.º António e S. José, Fábrica do Rajá e diversos outros de pequenas dimensões, ou seja, a dinâmica imposta pelo Eng.º Duarte Pacheco foi gradualmente perdendo o ritmo e o processo acabou mesmo por ser interrompido.
Começou assim uma nova fase, agora de sentido contrário, devido ao avanço da urbanização sobre o Parque, fase essa que atingiu o seu ponto mais elevado em 1970 com a publicação do Decreto-lei (4) que ampliava o conceito de "utilização pública" do parque, permitindo a instalação de infra-estruturas de índole formativa, informativa e outras de utilidade pública.
Como consequência, em apenas três anos, foram aprovadas as instalações dos edifícios de diversas unidades escolares, da Radiotelevisão, Rádio Difusão Portuguesa, Serviços Prisionais, Hospital Ocidental de Lisboa e do Automóvel Clube de Portugal, encontrando-se muitas outras hipóteses em estudo como a instalação da Universidade Técnica de Lisboa e de diversas unidades Hoteleiras.
Estava assegurado o "loteamento" do Parque Florestal do Monsanto, o qual passava a constituir uma mera reserva de terrenos "urbanizáveis" para o engrandecimento e monumentalização da Capital, impondo a "terciarização" do Concelho de Lisboa.
O processo veio a ser interrompido com a publicação em 1974 de novo Decreto-Lei proposto pelo Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, anulando expressamente o Decreto-Lei de 1970.
Restabelecido o espírito inicial com que o Parque havia sido criado, foi possível à Câmara Municipal de Lisboa e Direcção Geral das Florestas aprovarem, finalmente, uma delimitação rigorosa do Parque, o que se verificou em Maio de 1979.
Começou assim uma nova fase, agora de sentido contrário, devido ao avanço da urbanização sobre o Parque, fase essa que atingiu o seu ponto mais elevado em 1970 com a publicação do Decreto-lei (4) que ampliava o conceito de "utilização pública" do parque, permitindo a instalação de infra-estruturas de índole formativa, informativa e outras de utilidade pública.
Como consequência, em apenas três anos, foram aprovadas as instalações dos edifícios de diversas unidades escolares, da Radiotelevisão, Rádio Difusão Portuguesa, Serviços Prisionais, Hospital Ocidental de Lisboa e do Automóvel Clube de Portugal, encontrando-se muitas outras hipóteses em estudo como a instalação da Universidade Técnica de Lisboa e de diversas unidades Hoteleiras.
Estava assegurado o "loteamento" do Parque Florestal do Monsanto, o qual passava a constituir uma mera reserva de terrenos "urbanizáveis" para o engrandecimento e monumentalização da Capital, impondo a "terciarização" do Concelho de Lisboa.
O processo veio a ser interrompido com a publicação em 1974 de novo Decreto-Lei proposto pelo Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, anulando expressamente o Decreto-Lei de 1970.
Restabelecido o espírito inicial com que o Parque havia sido criado, foi possível à Câmara Municipal de Lisboa e Direcção Geral das Florestas aprovarem, finalmente, uma delimitação rigorosa do Parque, o que se verificou em Maio de 1979.
Entre 1973 e 1978 foi elaborado um levantamento exaustivo do Parque Florestal de Monsanto, o qual, conjuntamente com diversos trabalhos técnicos contemporâneos, serviu de base aos Planos de Ordenamento entretanto realizados.
Em 1987, foram definidas e aprovadas pela Câmara zonas de desenvolvimento prioritário no Parque Florestal de Monsanto, designadas como Parques Urbanos. Tais zonas constituíam espaços que, pelas suas características biofísicas, eram susceptíveis de suportarem algum equipamento construído e que, pela sua localização, poderiam servir de pólos de dinamização e de referência para o conjunto do Parque.
Nessa perspectiva, foi implementado em 1987, um equipamento de recreio privado, que seria a âncora do Parque Urbano do Alto do Duque, o agora desactivado Aquaparque.
Em 1988, porém, tal instrumento de gestão perdeu grande parte do seu interesse, com a publicação de um Decreto-lei que retirou 56ha do perímetro do Parque Florestal, para a instalação do Pólo Universitário 2 da Universidade Técnica de Lisboa, área essa que correspondia ao essencial do Parque Urbano do Alto da Ajuda e tida, até aí, como a potencial principal "entrada" de Monsanto.
Nos anos 90, implementou-se na zona Norte o Parque Urbano do Alto da Serafina, constituído basicamente por dois núcleos diferenciados: um vedado e aberto ao público em 1992 (o Parque Recreativo do Alto da Serafina) e outro, não vedado, constituído por um grande relvado e equipamento de lazer (o Parque do Calhau), que é utilizado pelo público desde 1990. Entre ambos situa-se o caminho do Aqueduto, estrutura pedonal que acompanha o Aqueduto das Águas Livres e permite estabelecer uma ligação directa entre a Buraca e Campolide.
Igualmente na zona Norte do Parque Florestal de Monsanto, instalou-se o Parque Ecológico de Monsanto em Março de 1993, espaço que ocupou cerca de 50ha (16 deles vedados) e que se dedicava essencialmente à educação ambiental. Mais tarde, em Março de 1996, foi inaugurado o Centro de Interpretação, edifício de apoio ao Parque Ecológico, actual Espaço Monsanto e que constitui hoje o principal local para a recepção, informação e encaminhamento dos visitantes do PFM.
Já no início de 1999 foi recuperada a Mata de S. Domingos de Benfica, tendo os trabalhos incluído a instalação de um parque infantil, de um circuito de manutenção, de um parque aventura e de sinalização, e a recuperação dos equipamentos existentes.
Também em 1999 foi aberto ao público o Parque Recreativo dos Moinhos de Santana, cujo principal atractivo são dois moinhos de vento, reconstruídos e em pleno funcionamento, e ainda um parque infantil, zonas de estadia, restaurante e um anfiteatro. Os primeiros anos de 2000 ficaram marcados por uma grande investimento estratégico alicerçado no Plano de Ordenamento e Revitalização de Monsanto, desenhado pela Divisão de Matas/Departamento de Ambiente e Espaços Verdes. É dessa altura a criação de diversas zonas de recreio activo, (Parque da Pedra, No Ar e sobre Rodas), o encerramento ao trânsito da Alameda Keil do Amaral, a requalificação do Parque Recreativo do Alvito, a criação de vias cicláveis e a alteração da imagem de insegurança que estava associada ao PFM levando a que milhões de pessoas, anualmente, visitem e usufruam este espaço único.
Em 1987, foram definidas e aprovadas pela Câmara zonas de desenvolvimento prioritário no Parque Florestal de Monsanto, designadas como Parques Urbanos. Tais zonas constituíam espaços que, pelas suas características biofísicas, eram susceptíveis de suportarem algum equipamento construído e que, pela sua localização, poderiam servir de pólos de dinamização e de referência para o conjunto do Parque.
Nessa perspectiva, foi implementado em 1987, um equipamento de recreio privado, que seria a âncora do Parque Urbano do Alto do Duque, o agora desactivado Aquaparque.
Em 1988, porém, tal instrumento de gestão perdeu grande parte do seu interesse, com a publicação de um Decreto-lei que retirou 56ha do perímetro do Parque Florestal, para a instalação do Pólo Universitário 2 da Universidade Técnica de Lisboa, área essa que correspondia ao essencial do Parque Urbano do Alto da Ajuda e tida, até aí, como a potencial principal "entrada" de Monsanto.
Nos anos 90, implementou-se na zona Norte o Parque Urbano do Alto da Serafina, constituído basicamente por dois núcleos diferenciados: um vedado e aberto ao público em 1992 (o Parque Recreativo do Alto da Serafina) e outro, não vedado, constituído por um grande relvado e equipamento de lazer (o Parque do Calhau), que é utilizado pelo público desde 1990. Entre ambos situa-se o caminho do Aqueduto, estrutura pedonal que acompanha o Aqueduto das Águas Livres e permite estabelecer uma ligação directa entre a Buraca e Campolide.
Igualmente na zona Norte do Parque Florestal de Monsanto, instalou-se o Parque Ecológico de Monsanto em Março de 1993, espaço que ocupou cerca de 50ha (16 deles vedados) e que se dedicava essencialmente à educação ambiental. Mais tarde, em Março de 1996, foi inaugurado o Centro de Interpretação, edifício de apoio ao Parque Ecológico, actual Espaço Monsanto e que constitui hoje o principal local para a recepção, informação e encaminhamento dos visitantes do PFM.
Já no início de 1999 foi recuperada a Mata de S. Domingos de Benfica, tendo os trabalhos incluído a instalação de um parque infantil, de um circuito de manutenção, de um parque aventura e de sinalização, e a recuperação dos equipamentos existentes.
Também em 1999 foi aberto ao público o Parque Recreativo dos Moinhos de Santana, cujo principal atractivo são dois moinhos de vento, reconstruídos e em pleno funcionamento, e ainda um parque infantil, zonas de estadia, restaurante e um anfiteatro. Os primeiros anos de 2000 ficaram marcados por uma grande investimento estratégico alicerçado no Plano de Ordenamento e Revitalização de Monsanto, desenhado pela Divisão de Matas/Departamento de Ambiente e Espaços Verdes. É dessa altura a criação de diversas zonas de recreio activo, (Parque da Pedra, No Ar e sobre Rodas), o encerramento ao trânsito da Alameda Keil do Amaral, a requalificação do Parque Recreativo do Alvito, a criação de vias cicláveis e a alteração da imagem de insegurança que estava associada ao PFM levando a que milhões de pessoas, anualmente, visitem e usufruam este espaço único.
(1) Decreto-Lei nº.24 625 de 1 de Novembro de 1936
(2) Decreto-Lei nº. 29 135 de 16 de Novembro de 1938
(3) dos quais (Os de Santana e Velho) no Casalinho da Ajuda, foram reconstruídos no traço original e encontram-se em actividade
(4) Decreto-Lei nº. 297/70 de 27 de Junho
(5) Decreto-Lei nº.380/74 de 22 de Agosto
(6) Parques urbanos do Alto do Duque, Alto da Serafina, Alto de Monsanto e Alto da Ajuda
(2) Decreto-Lei nº. 29 135 de 16 de Novembro de 1938
(3) dos quais (Os de Santana e Velho) no Casalinho da Ajuda, foram reconstruídos no traço original e encontram-se em actividade
(4) Decreto-Lei nº. 297/70 de 27 de Junho
(5) Decreto-Lei nº.380/74 de 22 de Agosto
(6) Parques urbanos do Alto do Duque, Alto da Serafina, Alto de Monsanto e Alto da Ajuda
Retirado de: http://lisboaverde.cm-lisboa.pt/index.php?id=4406 em 14/06/2013
Sendo que esta é uma prova aberta para todos e com o objectivo principal de ajudar instituições de solidariedade Portuguesas, não esquecendo que os participantes que acabem a prova serão todos presenteados com uma medalha de participação.
Percurso da Maratona retirado de: http://maratonadelisboa.pt/provas/percursos/maratona em 14/06/2013
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